quarta-feira, 12 de maio de 2010

Conclusão

Depois do pânico inicial e de algumas semanas de confusão, finalmente as coisas começaram a aclamar dentro da minha cabeça.
Pouco a pouco fui aceitando o facto de que poderia um dia acontecer haver outra gaja vestida de noiva no meu casamento e que isso me fazia sorrir em vez de ter vontade de lhe arrancar os cabelos.
Penso que para toda a gente é diferente... Há muitas pessoas que são bem mais inteligentes e perspicazes do que eu e não chegam aos 22 anos sem saberem o que se passa por trás da sua própria testa. Há pessoas que só o descobrem aos 74 e ficam contentes da vida e não fazem dramas.
Para mim o que me atingiu com mais força foi o medo de que tudo o que eu considerava essencial na vida para ser realmente feliz se tivesse tornado muito mais difícil.
Aquilo com que sonhava desde pequenina, a noção do príncipe encantado, aquela pessoa que me ia arrebatar e por quem eu me ia apaixonar perdidamente e com quem ia querer ter o casamento com as flores e o bolo e as fotografias, a casa escolhida a dois e os filhos por quem esperava pareciam-me ter-se desvanecido no ar.
Assim que comecei a perceber que não só não tinha tornado as coisas mais difíceis como tinha dado o primeiro passo para tudo isto acontecer deixou de ser tão assustador. Afinal nada do que eu queria ia acontecer se eu não me apaixonasse... e eu não me ia apaixonar até ter dado licença a mim própria para amar quem eu quisesse, independentemente de ter pilosidades na cara ou não.
E assim chegamos ao presente.
É que isto é tudo muito bonito, mas eu não faço a mínima ideia do que fazer com estas novas informações.
Quando finalmente acabei de lidar com os meus macaquinhos do sótão é que reparei na quantidade de babuínos que ainda tinha a saltar pela casa.

Sem comentários:

Enviar um comentário